Yulia Chiguzneva, Gerente de Relações de Consumo, e Viktoria Rybakova, Especialista em Apoio Científico, Royal Canin:
A resposta a esta pergunta precisa ser dividida em dois componentes: a segurança alimentar do produto consumido e a adequação de tal ação.
Em relação à primeira pergunta. As fábricas da Royal Canin (12 no mundo todo) estão entre as mais avançadas instalações de fabricação de alimentos para animais de estimação do mundo. Extrusão, secagem, revestimento – cada etapa do processo de produção envolve tecnologia altamente profissional, a mesma para todas as nossas plantas de produção em todo o mundo. Isto inclui: a dosagem rigorosa das matérias-primas de acordo com as receitas; a extrusão das matérias-primas, que são misturadas e aquecidas a mais de 100°C; a secagem dos croquetes prontos; e o revestimento dos croquetes (nesta fase, são adicionados sabores naturais, aumentando a apetência do alimento, e ácidos graxos necessários para o metabolismo em cães e gatos).
Além disso, existem fatores importantes, tais como:
1) Selecionando rigorosamente os fornecedores e incorporando apenas ingredientes crus adequados para o consumo humano no processo de produção. Por exemplo, a farinha de frango, utilizada como principal fonte de proteína nas rações secas Royal Canin, é feita a partir de carne de animais saudáveis que foram examinados antes do abate e que não foram expostos a antibióticos.
2) O uso na produção de normas e regulamentos sanitários aplicáveis às fábricas de processamento de alimentos. A primeira é a divisão do processo em uma área suja (recepção e armazenagem), condicionalmente limpa (confecção de croquetes) e limpa (embalagem). Os funcionários não estão autorizados a sair da área suja para as áreas limpas e limpas condicionalmente, evitando assim a contaminação. Todos os funcionários usam macacão ao entrar na instalação de produção. Em segundo lugar, não há bactérias salmonela nos produtos Royal Canin. Estas bactérias não são prejudiciais aos animais, no entanto, para evitar a exposição humana acidental à salmonelose, tal controle veterinário também é realizado. Não são permitidos na produção ingredientes contendo OGM ou outros ingredientes proibidos para consumo humano.
Em alguns parâmetros, o controle de qualidade nas fábricas da Royal Canin é ainda mais sério do que nas instalações russas que produzem produtos para humanos. Por exemplo, em cereais usados como fonte de carboidratos, tipos especiais de fungos (ergot, bunt, etc.) podem parasitar, liberando componentes que são tóxicos para animais e humanos. Estas substâncias são resistentes ao calor, ou seja, não se decompõem quando aquecidas, portanto, os grãos contaminados devem ser descartados. De acordo com as especificações da Royal Canin, matérias-primas como arroz, milho, cevada e painço são controladas para cinco tipos de micotoxinas, enquanto o grão usado para fazer pão é testado apenas para um deles (aflatoxina B1).
Assim, do ponto de vista da saúde, o consumo humano de alimentos para gatos é perfeitamente seguro, mas será necessário? Há uma piada entre os nutricionistas russos na última década de que em nosso país somente atletas, crianças e cães e gatos comem corretamente. De fato, nossos cardápios muitas vezes têm sérias imprecisões, e para nossos animais de estimação são produzidas dietas equilibradas, mas elas são projetadas precisamente para suas necessidades e seu metabolismo. Não nos tornaremos mais saudáveis comendo um saco de comida para gato junto com nosso gato, porque muitos dos processos ocorrem de forma diferente em nosso corpo. Por exemplo, os humanos desenvolvem escorbuto se não receberem vitamina C suficiente de seus alimentos, enquanto os gatos não precisam de vitamina C de seus alimentos.
Resumo: Comer comida para gatos não causará problemas de saúde para os humanos, mas também não servirá de muito. Como o alimento produzido pelo Royal Canin é destinado a cães e gatos, não o recomendamos para o consumo humano.
Marina Kalashnikova, gastroenterologista, nutricionista, FGBU United Hospital with Polyclinic, Administração Presidencial Russa:
Embora os alimentos para gatos contenham os componentes básicos da dieta humana – proteínas, gorduras, carboidratos – as proporções são diferentes, portanto podem ser prejudiciais se consumidos por um longo período de tempo. Além de carne, aves, peixe e vegetais, os alimentos para gatos também podem conter produtos de origem animal, como ossos moídos. A quantidade de ferro na ração de seu animal de estimação pode exceder a necessidade humana deste elemento vestigial (isto é indesejável para os homens, mas não tão ruim para as mulheres).
Não há relatos de casos de intoxicação alimentar de gatos. E talvez a comida enlatada esterilizada para gatos seja mais segura do que as “iguarias” servidas em algumas lanchonetes humanas.
Bem, se alguém por acaso comer comida de gato em uma aposta, seria aconselhável adicionar ascorbins à sua dieta (gatos, ao contrário dos humanos, geralmente não sofrem de deficiência de vitamina C, pois ela é produzida em quantidades suficientes no fígado do animal, mas em humanos uma deficiência desta vitamina pode causar sérios problemas de saúde).
Para uma dieta humana equilibrada, é melhor consultar um nutricionista humano”.
